Antes:
1999: Um cliente do bar brada: você é feia, chata e mal vestida!
2000: surge troça carnavalesca com alguns amigos e simpatizantes. Feia, Chata e Mauvestida”(sic)
2001: as peças inspiradas no personagem momesco “La Ursa” participam de um desfile em Olinda: um figurino de filme costurado `a mão, uma caixa de geladeira e um casal de amigos amarrados em embalagens de refrigerante... era a “griffe”.


O plano:
2015: desmumificação da grife para a Nave Tropical, mapeamento em busca de roupas em brechós estrangeiros, reconstruindo, recortando, colando, refazendo-as e transformando-as em fantasias. Foliões no Karneval der Kulturen desfilando essas criações. Filmar em 16mm e ver no que vai dar.


Desde 1994 trabalha com cenografia, iniciando ainda em Porto Alegre no teatro.
Em 1997 muda-se para Olinda, ampliando sua produção também para a pintura, em ateliê próprio, mas também em murais na rua, festas, eventos e bares, como a Soparia, Pina de Copacabana e Abril por Rock. Em seguida, vai morar na casa Molusco Lama, onde participa de várias exposições coletivas e suas primeiras individuais. Atua em performance e inicia criação em vídeos e filmes.
Além de escrever e dirigir seus próprios filmes, trabalha como diretora de arte. É educadora no projeto de educação audiovisual para crianças Escola Engenho e no Tardes de Quintal, oficinas artísticas infantis. Também coordena o Cinecão da Maumau.
Tu jura?


www.youtube.com/playlist?list=PLF98652D4054EAEB9

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Desvios:
Os foliões sumiram com as fantasias. Seus vultos ficaram nos borrões do filme pintado.
Um carnaval de uma cultura triste, espetacularizada. Um trote.
O filme:
DAS KARNEVAL WAR TRAVRIG FUR MICH| O CARNAVAL FOI TRISTE PRA MIM
Sinopse: Rasguei minha fantasia e chorei por não puder brincar, tristeza e dor no Carnaval.

Filmamos parte em digital, parte em película. A película foi atropelada pelos acontecimentos berlinenses: um estúdio interditado pelo governo, uma ação ilegal de invasão, um laboratório em trânsito, químicos em outro país, uma mestre búlgara e a maior queimadora de filme em linha reta do norte nordeste. Trouxe para terminar em Recife, onde tintas, perfurações e ranhuras não foram descartadas.

o filme tem vontade própria!




Performance criada para o Karneval der Kulturen.
Mapa Berlin, cocar e vestido medieval.
EM DESENVOLVIMENTO/RECIFE:
Num Mercado de Pulgas em Berlin encontrei dois álbuns de fotos de "Inge":
aniversários, viagens, festas... Inge e seus compatriotas são aqui colocados frente a textos de cronistas alemães do Brasil Colônia. Um discurso muda uma imagem?
Voz em Off: Pelo canto e pelo som do instrumento, o brasileiro é facilmente estimulado a dançar, e exprime sua jovialidade na sociedades cultas com delicadas contradanças; nas classes inferiores, porém, elas e manifesta com gestos e contrações sensuais como a dos negros.
Voz em Off: O brasileiro tem disposição alegre, pronto para divertir-se. Quase por toda parte onde chegávamos a noite, éramos recebidos com as toadas de viola, a cujo acompanhamento se cantava e dançava.(...) o batuque é dançado por um bailarino só e uma bailarina, os quais, dando ora se aproximam ora se afastam um do outro. O principal encanto desta dança para os brasileiros está nas contorções e rotações artificiais da bacia(...)

Voz em Off: Se, por exemplo, o homem de raça caucásica é de fato inferior ao negro em mobilidade e potencia sexual, ao indígena americano em constituição robusta e vigorosa, em força muscular, resistência e longevidade, e a este , como ao mongólico, em agudeza dos sentidos; todavia, ele a todos supera em beleza de corpo, em precisão simétrica das proporções e atitude, e no desenvolvimento moral livre, independente e universal de espírito.
COLONIZADA_COLONIZADORA